A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul concluiu que o avião que caiu em Aquidauana, no Pantanal, na última terça-feira (23-set), colidiu com uma árvore antes de perder sustentação e pegar fogo. O acidente matou o arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, referência mundial em sua área, os documentaristas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr., além do piloto Marcelo Pereira de Barros.
“Bateu na árvore, perdeu sustentação, caiu e incendiou. Todos morreram na hora”, afirmou a delegada Ana Cláudia Medina, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo. Galhos presos à fuselagem e imagens gravadas pela própria equipe auxiliaram na reconstituição da dinâmica do acidente.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que o Cessna 175, fabricado em 1958, estava homologado apenas para voos diurnos e dependia de condições visuais para navegação, não podendo operar à noite ou em clima adverso. A aeronave, adquirida por Barros em 2015, tinha capacidade para um tripulante e três passageiros.
O histórico do avião inclui uma apreensão em 2019 por transporte irregular de turistas, o que o deixou fora de operação até 2024. Segundo o advogado Djalma Silveira, que representava o piloto, Barros não atuava como táxi aéreo e estava em processo de legalizar a empresa Aero Safari, voltada para voos turísticos. Após recorrer à Justiça, conseguiu a liberação do avião em 2022 e realizou reformas supervisionadas pela Anac antes de voltar a voar neste ano.
Embora a Polícia Civil já tenha esclarecido pontos sobre a tragédia, o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira, segue com investigações para determinar as causas completas do acidente.