A poluição causada por materiais plásticos é uma preocupação em todo mundo, não apenas pelos danos ao meio ambiente, mas também pelos riscos à saúde humana. A Academia Brasileira de Ciências lançou nesta quinta (7) o relatório “Microplásticos: Um problema complexo e urgente” que faz alertas e recomendações para diminuir o descarte inadequado desses minúsculos fragmentos de plástico que contaminam especialmente rios e oceanos.
De acordo com o documento, estimativas apontam que o Brasil contribui com até 190 mil toneladas do volume total de lixo no ambiente marinho e estudos recentes calculam que o potencial de perda de itens plásticos para o meio ambiente no país é de quase 3,5 milhões de toneladas por ano.
Entre as orientações estão a revisão do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, lançado em 2019, com reforço no combate aos microplásticos, capacitação de catadores e maior investimento para inovação da reciclagem no país, com reuso inteligente dos produtos plásticos.
Adalberto Val, vice-presidente da ABC para a Região Norte e coordenador do grupo de trabalho sobre microplásticos fala sobre a gravidade da proliferação desse material no Brasil.
“Os impactos dos microplásticos no Brasil são já extremamente graves e observados em diversos ecossistemas brasileiros. Os microplásticos estão presentes nos rios, nos lagos, nos oceanos, nos solos e até mesmo no ar que respiramos”.
Segundo Adalberto Val, os microplásticos já são encontrados em diferentes partes do corpo humano e isso traz consequências para a saúde.
“Essas partículas podem causar inflamações, lesões nos tecidos, estresse oxidativo, alterações hormonais, entre outros. Embora ainda existam lacunas científicas sobre os impactos de longo prazo, há consenso de que a exposição crônica aos microplásticos pode ser extremamente danosa”.
Outras recomendações do relatório são a criação de mecanismos de avaliação de riscos de saúde e ações para reduzir os efeitos da poluição plástica, além de investimentos em educação ambiental.
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