Dois dias após a operação policial mais letal já registrada no Brasil, os moradores do Rio de Janeiro tentam retomar suas atividades. Nas ruas, o que se percebe é um trânsito fluído e os transportes públicos funcionando regularmente. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as escolas municipais funcionam regularmente nesta quinta-feira (30), com exceção das escolas nos complexos do Alemão e da Penha, que estão com aulas presenciais suspensas.

Esses colégios estão seguindo o protocolo “Acesso mais Seguro”, desenvolvido em parceria com a Cruz Vermelha Internacional para garantir a segurança dos frequentadores. As universidades que haviam suspendido suas atividades presenciais, retornaram as aulas nesta quinta-feira (30), com exceção da Pontifícia Universidade Católica (PUC), que manteve as aulas remotas.
Em relação ao comércio, segundo o Sindicato dos Lojistas do Comércio, não há orientação para fecharem as lojas. Essa decisão estaria a cargo de cada lojista, com base no contexto do local onde está o comércio.
O estagiário Carlos Cavalcanti é morador do complexo do Alemão. Ele relata o sentimento sobre a volta das atividades em um contexto de incerteza.
“O sentimento de voltar à realidade ainda é com muito medo, porque não sabemos quando uma operação como essa vai estourar de novo, sabe? Todo mundo aqui está com medo e é perceptível. Isso vai demorar, para as pessoas voltarem à normalidade, se sentirem seguras para parar num bar por aqui e beber com os amigos, sair para fazer um lanche na rua ou algo do tipo.
O mesmo foi sentido pela estudante Ana Carolina da Costa, moradora de Ramos, um bairro próximo ao Complexo do Alemão.
“Então a gente se desloca até o trabalho com aquele medo, né? Com aquela sensação de meu Deus, eu deveria estar em casa”.
O medo tomou conta da população depois que mais de 100 pessoas morreram durante a realização da Operação Contenção, contra integrantes do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha.
*Sob supervisão de Ligya Maria.
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